CAV

O Centro de Artes Visuais – Encontros de Fotografia (CAV) representa a nova vocação dos Encontros de Fotografia, festival que se afirmou como o principal divulgador da fotografia, em Portugal, ao longo das décadas de oitenta e noventa.

O Centro de Artes Visuais é uma instituição singular e pioneira nas artes visuais em Portugal pela sua situação única no contexto da divulgação das artes da imagem, a sua situação independente (como oriunda de uma associação) e a sua estratégia de coleccionismo no campo da fotografia aliada a uma política expositiva e editorial que privilegia a contemporaneidade da fotografia no contexto da arte contemporânea.

O CAV é uma estrutura de produção de exposições no campo da fotografia e da imagem em movimento, como o filme e o vídeo. Consciente do diálogo existente entre todas as actuais disciplinas artísticas, o CAV apresenta, igualmente, outros meios de expressão da arte contemporânea, como a pintura, a escultura ou o desenho.
O eixo fundamental de actuação do CAV é o programa regular de exposições e outros projectos promovido ao longo do ano. No principal espaço expositivo do Colégio das Artes – a galeria do piso térreo – realizam-se exposições, tanto individuais como colectivas, com artistas consagrados e a meio de carreira, do panorama nacional e internacional. Nos espaços expositivos do 1º andar promovem-se exposições individuais e colectivas centradas na criação emergente nacional e internacional.

O Edifício

O Centro de Artes Visuais, inaugurado a 14 de Fevereiro de 2003, situa-se no Pátio da Inquisição, na Ala Poente do Antigo Colégio das Artes, junto à Rua da Sofia, em Coimbra. Edifício histórico cujas origens remontam ao séc. XVI, o Colégio das Artes foi alvo de um projecto de requalificação pelo Arq. João Mendes Ribeiro, comportando agora as seguintes valências: galeria para exposições temporárias, sala para projectos em vídeo, auditório, biblioteca, reservas para a colecção, laboratórios de fotografia, escritórios, cafetaria e zonas de lazer. No total, ocupa uma área de 1500 m2.

Em 1535, D. Frei Brás de Braga, nomeado por D. João III, mandou construir dois colégios em terrenos pertencentes ao Mosteiro de Santa Cruz: o de S. Miguel, ao longo da Rua da Sofia, destinado a canonistas e teólogos; e o de Todos-os-Santos na rampa de Montarroio para alojamento de alunos de teologia e artes. 

As obras destes colégios, cujo projecto é provavelmente de Diogo de Castilho, tiveram o seu início em 1535 e decorreriam ainda quando, em 1548, D. João III mandou instalar neste local o Colégio das Artes, criado em plena reforma renascentista da Universidade. Pouco tempo depois, com a transição definitiva do Colégio das Artes para a alta de Coimbra, o edifício passou a acolher o Tribunal do Santo Ofício (1566). 

Até à sua extinção em 1821, com a Revolução Liberal, encontravam-se aqui os seus cárceres, as suas celas e salas de tortura, bem como os próprios tribunais. Mais tarde acolheu um Centro Republicano, tendo ainda sido usado como cavalariças militares.

Em 1996, por encomenda da Câmara Municipal de Coimbra, no piso térreo da Ala Poente do Colégio das Artes foi instalada a exposição “Céu e Inferno” de Joel-Peter Witkin para os Encontros de Fotografia, instalação que desencadeou o processo de recuperação do edifício para a instalação do Centro de Artes Visuais.

Equipa

Direcção
Albano Silva Pereira

Cordenador
Jorge Simões

Programação
Miguel von Hafe Pérez

Produção
Catarina Portelinha

Mediação
Teresa Ponte

Comunicação
Matilde Rodrigues

Recepção
Silvina Pereira